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Crítica | Idas e Vindas do Amor

Comédias românticas na maioria das vezes são prazeres efêmeros: conhecemos um casal, vivemos dilemas propostos pelo roteiro e em seguida nos alegramos pelo final feliz, dissolvendo-se na nossa boca rapidamente enquanto abrimos os olhos a uma série de clichês. Potencialize isto à décima potência e tem-se algo como Idas e Vindas do Amor. Com formato de múltiplas narrativas, como Simplesmente Amor e Ele não está tão afim de Você, porém inferior em todos os aspectos, a narrativa ainda apresenta o grave problema da irregularidade.Com direção de Garry Marshall sem nenhuma boa ideia ou momento marcante, o roteiro de Katherine Fugate é burocrático apostando nos elementos batidos do gênero, como melhores amigos que se apaixonam ou alguém que não acredita no amor, apenas para quebrar a cara no final. Voltado obviamente ao público mais jovem, é extremamente deselegante o pôster nacional ao esquecer os rostos de Shirley Maclaine e Hector Elizondo que protagonizam a melhor história de amor do filme, trocando-os por rostinhos bonitinhos.

Nesse sentido, a história que tem maior tempo de cena é a de Reed (Ashton Kutcher), um jovem dono de floricultura que na manhã do dia dos namorados pede Morley (Jessica Alba) em casamento. Ao mesmo tempo, ele tenta aconselhar sua melhor amiga Julia (Jennifer Garner) no romance com o supostamente divorciado Harrison (Patrick Dempsey). Por sua vez, Kelvin (Jamie Foxx) é um réporter de esportes que vai cobrir o cotidiano do povo nas ruas, Jason (Topher Grace) e Liz (Anne Hathaway) são colegas de trabalho vivendo um caso amoroso e Kara (Jessica Biel) é uma mulher que não acredita em amor e assessora do quaterback Sean (Eric Dane). Ah sim, temos o segmento no avião envolvendo Bradley Cooper e Julia Roberts. As histórias na escola entre dois casais de jovens, e a bela história do garotinho apaixonado por alguém em seu colégio, derivada de uma forma ou de outra de Simplesmente Amor.

Mosaico esquemático de romances distintos, quase todos os atores são engessados por sua unidimensionalidade. Ashton Kutcher, um ator desagradável, até se esforça com um personagem aparentemente saído de algum filme de Frank Capra, ao passo que Anne Hathaway é engraçada como atendente de disque-sexo, porém também é sabotada ao não ter um desenvolvimento apropriado. Também temos Julia Roberts durona, Bradley Cooper sensível, Jessica Biel como alguém que odeia a data dos namorados (bem Grinch), mas se entope de doces, chora e programa uma festa contrária à data. Claro, há também os jovens colegiais que querem perder a virgindade (American Pie?).

Entretanto, algumas gags são criativas e engraçadas diluindo um pouco os excessos narrativos. Surpreendi-me também com a sinceridade e honestidade de Jessica Alba em um momento diferente para o quilate da atriz e gostei do presente dado pelo garotinho à sua namorada.

Embora goste de ver grandes atores em uma fanfarra descompromissada, Idas e Vindas do Amor não é a declaração de amor refinada e original que gostaria de investir meu tempo.

Avaliação: 2 estrelas em 5.

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2 comentários em “Crítica | Idas e Vindas do Amor”

  1. Ainda não viu o filme… Mas adorei Simplesmente Amor e achei Ele não está tão afim de vc bem mediano… Pela sua crítica, creio que não terei boas surpresas com este filme! 🙁

  2. O filme realmente apresenta alguns problemas, mas o pior, ao meu ver, são delongas desnessárias, deixando o filme muito cansativo e maçante. Realmente o filme com um time de atores tão extraordinários, deixa a desejar.

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