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Crítica | Sex and the City 2

Discorrer sobre Sex and the City 2 é argumentar sobre um estilo de vida que prioriza a aparência e o consumismo exacerbado do mundo capitalista. Em meio a futilidades, existe um grito de libertação feminina, de descobrir sua sexualidade e derrubar preconceitos. Na superação deste pensamento retrógado, muitos enxergam, no outrora sexo frágil, pessoas superiores aos homens, mais sensíveis e com um bom senso refinado. Estas mulheres usufruem uma condição diversa daquelas de outras gerações e mesmo de outras culturas – martelado na cabeça do espectador ao expor a filosofia do Oriente Médio – e deveriam se envergonhar da visão superficial representada por Carrie, Miranda, Samantha e Charlotte.

Despido do contexto que alia consumismo ao feminismo, o filme já soa ofensivo e grosseiro nos minutos iniciais ao apresentar um casamento gay repleto de esteriótipos. E não duvido que as heroínas realmente enxerguem, nos amigos homossexuais, adereços para completar a visão com que a sociedade deverá enxergá-las. Até mesmo a introdução de um árabe gay, Abdul, serve para comprovar isto com caretas e máscara no rosto. O argumento faz o favor de criticar até mesmo o instituto da maternidade ao vender a ideia de um serviço de barrigas de aluguéis.

Mas se é reprovável a postura social que o filme representa – não sou contrário a comédias sobre classes ricas consumista e acho divertidos As Patricinhas de Beverly Hills e Delírios de Consumos de Becky Bloom -, mal existe uma narrativa coesa que justifique 2 horas e meia de projeção. Carrie tem problemas no matrimônio (crise dos dois anos, sério?), Samantha não aceita a idade, Charlotte está receosa de o marido estar a traindo com a babá e Miranda foi recém demitida do emprego.

O diretor Michael Patrick King até tem um início promissor, usando uma abordagem elegante para apresentar suas personagens através do confronto entre passado e presente. Mas isto tudo se perde desde o momento em que apresenta a babá em câmera lenta, balançando os seios, ou nas grosseiras cenas, como a masturbação de Samantha na mesa de escritório e na gíria relacionando camelos e a genitália feminina. Embaraçoso, King basicamente grita na cara do espectador que Carrie está esquecendo o passaporte na sequência do mercado e o belo plano em que Big é diminuído pelos arranha-céus da cidade durante uma notícia acaba soterrado sob a mão pesada do diretor no restante do tempo.

Buscando acrescentar relevância ao recitar um trecho clássico de O Mágico de Oz e Lawrence da Arábia e mesmo nos filmes em preto e branco que Big insiste tanto em assistir, Michael Patrick King joga referências gratuitas no texto que buscam alguma cultura e refinamento nos diálogos, o que nunca acontece. Mesmo as gags mais prosaicas, como Lady Dior, e uma piada com o nome de Jude Law são breves e servem mais como alívio momentâneo.

Sarah Jessica Parker, Kristin Davis, Cynthia Nixon e Kim Cattrall dominam as personagens, no mínimo obrigatório e esperado de atrizes que viveram mais do que uma década estas mesmas pessoas – somando a série e os filmes. Contudo, são seus “dramas pessoais” que as definem mantendo mistérios como: se Miranda é tão talentosa porque ela se aflige ao ser demitida? Ou Charlotte e o ciúme inexplicável só porque seu marido olhou para a babá? E se o complexo de Samantha e a ninfomania são risíveis, nada me preparou para a embaraçosa cena em que em meio a árabes conservadores ela grita “Eu adoro sexo”.

Mas é Carrie, modelo de uma infinidade de mulheres mundo afora, quem tem o arco dramático mais ingrato. Pois sequer brigar com o marido ela consegue, e na primeira briga mais séria, ela some de casa para o seu antigo apartamento, em um mar de insegurança. Sua inabilidade de lidar com a vida é tão grande que ela faz um alvoroço para juntar todas as suas amigas para expor o problema em que se meteu sabendo ser incapaz de resolvê-lo sozinho (quem sabe somando o cérebro das quatro tenhamos um parcialmente funcional).

Soando agressivo contra a cultura árabe no tocante ao papel das mulheres – não defendo, mas também não condeno -, o filme busca obter um paralelo defendendo o estilo de vida consumista em desfavor das privações impostas às mulheres. E fiquei apavorou quando algumas mulheres levantaram a burca e exibiram modelos Louis Vitton, Dior.

Mas argumentar em desfavor de Sex and the City 2 é infrutífero, e tudo o que eu falei se perderia no ar, em meio ao fervor das fãs. Por isto, resumo o “maior dilema” das mulheres da produção como o inerente medo que elas têm de terem que voltar de Abu Dhabi na classe econômica ao invés da primeira classe. Futilidade tem limites e estas quatro nunca o descobriram. E nem vão.

Avaliação: 1/5.

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3 comentários em “Crítica | Sex and the City 2”

  1. Best movie ever!!!!!! Muito ,muito bom…. Divertido, moderno e cheio de coisas bonitas pra se ver… Fashion, moda e a beleza natural dos atores kkk!!! E tambem e muito interressante da forma que se fala da vida de casado e suas adaptacoes… Muito bom filme !!!! Amei!!!

  2. Certamente você não viu o filme e está apenas lançando comentários ao vento. Produção fraca e filme bestinha como outros tantos quem existem por aí… o que valeu a pena mesmo foi ter visto sua foto, poderia caprichar mais no seu perfil, gatinho!

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