Diferentemente do pacato e bem-sucedido cotidiano da concorrente Marvel Studios, a DC e a Warner Bros. enfrentam, dia após dia, o mar revolto da indústria e os implacáveis boatos para tentar, do jeito que for, emplacar o universo cinematográfico dos seus heróis. Porém, não existe dia fácil para os fãs dos quadrinhos do Batman, Super-Homem, Mulher-Maravilha e companhia: depois de abandonar a direção de The Batman, o aguardado filme-solo do Homem-Morcego dentro do multiverso da Liga da Justiça, Ben Affleck (antes apenas Bataffleck) parece, e trate todo o restante da notícia como rumor, estar buscando meios legais de encerrar seu contrato e não interpretar mais Bruce Wayne / Batman. Caso não consiga, The Batman deve ser o último filme que fará para a DC.
Sua atuação, a propósito, é um dos poucos bons elementos – além da trilha-sonora de Hans Zimmer e da figuração de Gal Gadot – de Batman v Superman, apresentando a versão mais sombria e calejada do herói jamais vista.
E, convenhamos, o ano não foi bom para Affleck: em ascensão junto à crítica e à indústria depois de seus trabalhos na direção – sendo Argo sua coroação inclusive moral -, o ator, roteirista, diretor e produtor, além de Batman v Superman, amargou decepções de público e crítica em O Contador – que é abaixo da média por razões diversas da sua atuação – e A Lei da Noite, que dirigiu, com estreia nos cinemas nacionais nas próximas semanas.
Certo é que com Mulher-Maravilha, que dizem por aí ser desastroso, Liga da Justiça, do mesmo Zach Snyder dos problemáticos O Homem de Aço e Batman v Superman, a produção de The Flash igualmente conturbada, e agora o difícil parto de The Batman, o multiverso DC da Warner Bros. parece enfrentar águas calmas justo com seu herói mais improvável: o Aquaman. Resta saber se o herói aquático pode fazer essa maré de azar mudar.
Crítico de cinema filiado a Critics Choice Association, à Associação Brasileira de Críticos de Cinema, a Online Film Critics Society e a Fipresci. Atuou no júri da 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo/SP, do 12º Fest Aruana em João Pessoa/PB, do 24º Tallinn Black Nights Film na Estônia, do 47º TIFF – Festival Internacional de Cinema em Toronto. Ministrante do Laboratório de Crítica Cinematográfica na 1ª Mostra Internacional de Cinema em São Luís (MA) e Professor Convidado do Curso Técnico em Cinema do Instituto Estadual do Maranhão (IEMA), na disciplina Crítica Cinematográfica. Concluiu o curso de Filmmaking da New York Film Academy, no Rio de Janeiro (RJ) em 2013. Participou como co-autor dos livros 100 melhores filmes brasileiros (Letramento, 2016), Documentário brasileiro: 100 filmes essenciais (Letramento, 2017) e Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais (Letramento, 2018). Criou o Cinema com Crítica em fevereiro de 2010 e o Clube do Crítico em junho de 2020.