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Ghostbusters: Mais Além – Crítica sem spoilers

Crítica: Tinha 1 ano de idade quando Os Caça-Fantasmas (1984) foi lançado nos cinemas, mas tenho a memória do combo susto e divertimento, na clássica comédia de aventura e terror bastante popular nos anos oitenta. Eu também tenho a memória infeliz de como a distribuição não incluiu o artigo feminino antes do competente reboot Caça-Fantasmas (2016) e do comportamento de parte minúscula, mas barulhenta de trolls que iniciou uma campanha atentatória contra o filme por ser estrelado por um elenco feminino. Memórias antagônicas que entraram em choque antes de iniciar este soft reboot – o termo que é utilizado para aqueles filmes que são, ao mesmo tempo, refilmagem e sequência do original.

Depois de literalmente haver herdado a franquia do pai, Ivan, o indicado a 4 Oscars Jason Reitman, conhecido por comédias dramáticas (Juno, Amor sem Escalas e Tully), tomou o tempo necessário para se familiarizar com o universo fantástico e científico de Ghostbusters: Mais Além (não consigo entender o motivo de traduzir o subtítulo e não o título). Bem longe de Nova York, a narrativa se acomoda em Summerville, cidadezinha remota no cinturão de ferro, para onde viajam Callie (Coon) e seus dois filhos, Trevor (Wolfhard) e Phoebe (Grace), após herdarem a propriedade do pai / avó Egon, personagem eternizado por Harold Ramis, que faleceu em 2014.

A curiosa Phoebe, que herdou do avô a falta de traquejo social, rapidamente se acostuma com o fato de que há uma presença jogando xadrez com ela e que a convida a visitar o porão, onde encontrará a mochila de prótons e os equipamentos típicos dos caça-fantasmas. Enquanto isto, Trevor desenterra na garagem Ecto, o Cadillac. É um equilíbrio entre a familiarização e nostalgia, que opera dentro da redução etária abaixo da idade adulta dos personagens centrais do elenco.

Entretanto, não é por ser estrelado por crianças e adolescentes que Mais Além será infantil. Embora Jason não possa repetir o cinema juvenil oitentista – as regras atuais de classificação indicativa não permitem a mesma liberdade de antes –, ao menos evita que tudo se torne ingênuo demais. Faz isto a partir de um misto de efeitos visuais e práticos, que reverenciam o original com ajustes menores para tornar o visual mais contemporâneo. Ao cair perto da árvore genealógica da franquia enquanto permanece distante do epicentro dos eventos originais, Mais Além está alinhado com o tema narrativo, que discute família e as heranças materiais e emocionais carregadas, preservando na maior parte do tempo sua individualidade.

A encantadora Mckenna Grace – que com 15 anos de idade já tem, pasmem, 60 (!) créditos de atriz – interpreta a típica personagem com dificuldade de se encaixar entre os jovens de sua idade. Embora pareça clichê tratá-la assim, Jason economiza nos desdobramento sociais de sua personalidade e se concentra na disposição de Phoebe em aceitar, como uma manifestação metafísica, o que a princípio contrariaria a ciência que aprecia. Finn Wolfhard, Logan Kim e Celeste O’Connor tem menos sorte porque seus personagens são meros dispositivos do roteiro para auxiliar a jornada de Phoebe, seja na lealdade, seja no bom humor. O mesmo se aplica a Carrie Coon e Paul Rudd, atores carismáticos a ponto de suprirem as deficiências de seus personagens.

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https://cinemacomcritica.com.br/2021/11/ghostbusters-mais-alem/

Diretor: Jason Reitman
Atores: Mckenna Grace, Finn Wolfhard, Carrie Coon, Logan Kim, Celeste O’Connor, Ernie Hudson, Dan Aykroyd, Bill Murray, Sigourney Weaver, Paul Rudd, Olivia Wilde, J. K. Simmons

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