Eu sei que minha skin é de Rock n’ Roll, mas eu sou um homem do blues. A bateria foi meu instrumento primário por influência do meu pai que também é baterista. Mas foi com a gaita diatônica que encontrei o meu som. Fiquei hipnotizado por aquela sonoridade ora ácida, ora aveludada que saía daquele instrumento tão pequeno e ao mesmo tempo tão imponente. Quem me apresentou aquele som foi meu tio Frank, um amigo de infância do meu pai em um dos ensaios da banda deles. Tirou do bolso a sua principal gaita, uma Lee Oskar com afinação em dó, e dominou aquela sala. Conseguiu superar a ousadia da guitarra, a firmeza do baixo e o peso da bateria manipulando o ar e modelando o som através daquele pequeno retângulo metálico. A partir daquele momento eu percebi que precisava aprender a fazer aquilo.
O Frank sempre foi um mentor na minha vida e me ensinou mais do que a mecânica do instrumento. Me ensinou que a magia dele acontece quando o gaitista se torna a extensão da gaita e vice-versa. Que a nossa respiração nunca mais seria a mesma. Me ensinou sobre o blues, seus artistas, sua história, suas lendas e que, a partir daquele momento, o blues ia passar a me pertencer e eu passaria a pertencer ao blues. Entendi o que isso significava quando senti que a cada nota eu carregava gerações de revoltas e lamentos.
Ryan Coogler – diretor de Pantera Negra – se reúne a Michael B. Jordan em mais uma parceria, agora para trazer uma história que pulsa no ritmo do blues. O ator que ficou famoso por viver Adonis Creed e Erick Killmonger nas telas, em Pecadores interpreta dois irmãos gêmeos: Smoke e Stack. O longa traz diversas referências à cultura negra, em especial sobre a música e a religiosidade. O enredo convida o espectador para discussões sobre racismo e apagamento cultural através de um conto de terror de vampiro. Mas, apesar do protagonismo negro da narrativa, abarca outras minorias raciais, como a tribo nativa-americana Choctaw, chineses e, a seu modo, um irlandês – uma minoria marginalizada pela coroa britânica, no velho continente.
Coogler, que dirige e assina o roteiro, consegue trazer a temática racial em diferentes camadas. Ele incorpora a mitologia dos vampiros para subverter o regime de segregação das Leis Jim Crow quando, por exemplo, são os vampiros brancos que necessitam de permissão para acessar os espaços. Além de diálogos ácidos e ricos em referências, ele ainda nos oferece um confronto direto com a Ku Klux Klan. O discurso e o olhar de Coogler ardem mais do que os vampiros quando se deparam com os raios do sol. E, é por isso, que Pecadores pode ser considerado um clássico instantâneo do gênero, ao lado de Drácula de Bram Stoker, Nosferatu, Entrevista com Vampiro e o clássico cult, Um Drink no Inferno.
Em Pecadores, os irmãos gêmeos Smoke e Stack (ambos interpretados por Michael B. Jordan) retornam para sua terra natal, o delta do Mississipi, após uma temporada em Chicago. Eles pretendem abrir uma casa noturna de blues – uma juke joint – e, para isso, recrutam seu primo Sammie “Preacher Boy” Moore. Sammy é um exímio guitarrista, mas não possui a aprovação de seu pai, um pastor que enxerga as atividades de um músico da noite como um flerte com o diabo. A boate também contará com a música de Delta Slim (Delroy Lindo), um gaitista veterano que também toca piano, e de Broa de Milho (Omar Benson Miller) um corpulento trabalhador rural que ficará responsável pela segurança do local. Smoke recorre ao casal de comerciantes chineses, Bo e Gracie Chow, para suprir o local e produzir seu letreiro.
Esse retorno dos gêmeos permite um reencontro com as mulheres de seu passado: Annie, a esposa e mãe do falecido filho de Smoke que trabalha como herbalista e líder espiritual da sua comunidade, e Mary, a ex-namorada branca de Stack e filha da finada mulher que os acolheu na infância. A noite de abertura tinha tudo para ser um sucesso, marcada por boa música e regada de vinho italiano e cerveja irlandesa que os irmãos contrabandearam de Chicago. O que não estava nos planos era a música de Sammy atrair Remmick, um vampiro irlandês, acompanhado de um casal racista que havia vitimado enquanto fugia de caçadores Choctaw.

O filme de Coogler é muito assertivo no que diz respeito às questões raciais. A simples presença de membros da Ku Klux Klan seria suficiente para se debruçar na temática racial, mas Coogler prefere destrinchar o assunto em várias camadas. Ambientar o filme na década de 30, coloca em vigência a lei Jim Crow, que trazia um conjunto de normais sociais segregavam o acesso da população negra aos espaços. Como também proibia por lei a relação entre Stack e Mary.
Em alguns momentos o diretor faz apontamentos expositivos sobre a hipocrisia social, como quando Delta Slim afirma que os brancos gostam da música dos negros, mas não de quem a produz. O personagem de Deroy Lindo carrega o sofrimento de sua raça. Ao passar por um grupo de presidiários que cantam seu lamento enquanto cumprem trabalhos forçados sob a mira de uma arma, o músico veterano os lembra de manter a cabeça erguida. Outro momento marcante de Slim é quando narra sobre um antigo colega que fora linchado após uma falsa acusação – Coogler captura a intensidade da cena através da potência da atuação de Lindo, em um plano detalhe do rosto do ator. É quando somos atravessados pela dor de seu testemunho depositada em seu olhar. Nessa quebra da quarta parede, o olhar de Slim encontra o nosso, que logo fica marejado ao ouvirmos suas palavras e o eco dos gritos fora de campo.
Broa de Milho representa o trabalhador do campo com as mãos repleta de calos – a herança de uma época recente em que seu povo não era livre. Omar Benson Miller é um velho conhecido das telas por interpretar personagens que, apesar da grande presença física, são sujeitos dóceis e protetores. Broa de Milho reprisa esse tipo. Ele se junta aos irmãos pela promessa de uma remuneração que é claramente superior ao que consegue na lavoura e com muito menos extenuante. Para além da negritude, os chineses representam outra minoria que, apesar de menos hostilizada, não ocupa o mesmo status social da branquitude. Coogler cria uma dinâmica interessante ao aproximar a família Chow à trupe dos gêmeos também através de escolhas formais: em toda cena da mercearia, eles permanecem no mesmo plano. Salvo Mary, o núcleo branco é separado dos demais pelo corte do plano e contraplano. Pelo menos enquanto os vampiros não fazem suas vítimas.

Obviamente a presença de Michael B. Jordan é magnética. Mas seus personagens, apesar de gêmeos, não são iguais. Elijah “Smoke” Moore faz o tipo calculista e áspero, enquanto seu irmão Elias “Stack” Moore é charmoso e irônico. São figuras que se complementam e, inclusive, completam as frases um do outro. Funcionam como duas faces de uma mesma moeda, ou duplos a sua maneira. Os irmãos possuem uma infância sombria marcada pelos abusos de um pai alcoólatra. E Stack revela ao primo que foi salvo pelo irmão que precisou dar cabo do próprio pai. Esse é o tipo de experiência que molda a a personalidade de um garoto e o transformou no homem pragmático que conhecemos.
Outro fato que diferencia os irmãos é Stack aceitar o pagamento com créditos da lavoura – uma moeda de madeira, não oficial, cujo valor é apenas simbólico e acaba funcionando como um novo tipo de grilhão que mantém os negros reféns da lavoura. Smoke aparenta ser implacável. Nem falseia ao atirar nos homens que tentam roubar seu caminhão. Entretanto, também deixa pago, às escondidas, o atendimento médico a esses mesmos homens que a pouco atirou.
Ambos os irmãos são ex-combatentes da Primeira Guerra Mundial, e sabemos que os veteranos de guerra negros não foram recebidos com glória ou homenagem em seu retorno do front. Os dois também trabalharam para Al Capone, em Chicago. Assim, o carregamento de vinho italiano e cerveja irlandesa pressupõem um golpe contra as máfias italiana e irlandesa que comandavam a costa leste americana. Esse pano de fundo não apenas compõe a construção desses personagens como também faz um aceno a Bumpy Johnson, um notório gangster negro que dominou o Harlem, em Nova York. Esse histórico acaba retirando o manto de invisibilidade que cobre o protagonismo negro que marcou presença na história americana desde as forças armadas ao alto escalão do crime organizado.
O ÚNICO EVANGÉLHO É O BLUES
Smoke e Stack também possuem conexão com o blues do delta do Mississipi. Seus apelidos aludem à canção Smokestack Lightning, de Howlin’ Wolf. Também é o caso de Pearline. A mulher que se interessa por Sammie recebe o nome de uma das canções de Son House, um dos pioneiros do estilo. Não tem como não falar de Delta Slim. O músico veterano, que acredito ter inspirações em Sonny Boy Williams, processa a dor da experiencia diaspórica através da música. Afinal o blues, apesar de se referir a um tipo de sapato, também diz respeito ao banzo da vida cativa. Slim é encontrado em um mesmo ponto na estação de trem por Stack, ainda que o gêmeo estivesse passado um bom tempo longe do Mississipi. O que traz um teor de permanência, podendo ser encarado como resiliência ou imobilidade.
Delta Slim gosta de seus vícios: mulheres e bebida. E leva uma vida vista como profana, mas que traz consigo o espírito da sobrevivência e da esperança. Seu modo de viver rompe com os padrões morais cristãos e, portanto, faz deste personagem alguém que resistiu à dominação religiosa da branquitude. Ele é devoto à sua música, que é quem lhe garante o sustento e o permite viver a vida com intensidade até o último gole. Afinal, em tempos de segregação, sua existência quando não silenciada, corre o risco de ser abreviada ainda que se caminhe no compasso que lhe é determinado. Slim entende que sua música é seu legítimo cajado. Ele afirma para Sammie que o blues é a verdadeira religião, não aquela que lhe foi imposta – o cristianismo. O blues veio da terra de onde seus antepassados foram arrancados. E é no blues onde a magia de sua raça acontece. Isso faz de Slim um guardião de uma memória que a branquitute tentou apagar.
Pecadores, ainda que não explicitamente, constrói uma dinâmica onde o preto velho Slim acaba se tornando uma espécie de mentor, ou griot, para Sammie. Pois o jovem bluesman ainda se vê refém da doutrina cristã, dividido entre o louvor a duas entidades supremas: O Deus Abraâmico e o Blues. Seu pai, o pastor Moore, o alerta que a vida secular vai condená-lo atrás de uma linha bem marcante: “Se continuar dançando com o Diabo, um dia ele irá segui-lo até sua casa”.
É interessante a dinâmica entre o sagrado e profano que a música estabelece dentro da narrativa. O blues carrega seu misticismo e acabou por muito tempo marginalizado. A figura de Robert Johnson, por exemplo, carrega bastante dessa mística. Alega-se que o músico fez um pacto com o diabo em uma encruzilhada para se tornar um exímio guitarrista. Verdade ou lenda, Johnson gravou canções como Crossroads e Hellhounds on my Trail, que ajudam a compor esse imaginário coletivo.
Ainda que estivesse ligado ao pecado, Pecadores coloca o blues como um veículo de liberdade para aquele grupo racial a tanto oprimido. Não à toa, Sammie em seu momento mais inspirado consegue atravessar o tempo, em uma cena belíssima que reúne nas mesmas estrofes musicais o blues, o rock – de Little Richard e Chuck Berry – e o hip-hop. O momento de escapismo de Sammie é também aquele que atrai o perigo para si. Como dito, é esse poder que Remmick deseja obter para si. Apesar de o som dos negros ser historicamente marginalizado, é a música folk irlandesa o louvor da morte. O embate entre essas duas traz um quê de assimilação, quando os frequentadores da juke joint de Smoke e Stack passam a reproduzi-la e dançá-la após serem convertidos pelo vampirismo. O blues e o rock acabaram sendo assimilados pela branquitude – sou ciente que pertenço -, mas que acabou tomando-os para si e tentando obliterar o pertencimento da negritude.

Para além do blues enquanto manifesto de autenticidade da cultura e religiosidade dos negros, o filme discute religiosidade através da figura de Annie, a mulher de Smoke e mãe de seu filho que falecera ainda bebê. Annie traz a sabedoria dos antigos no que diz respeito às ervas medicinais e da fé afro diaspórica. Assim como Delta Slim, ela também é uma espécie de griotte dentro da narrativa. Ela invoca o poder de sua ancestralidade através da saudação iorubá “axé” – “asè”, na grafia original. Ela também revela guardar à distância seus entes queridos através de orações e patuás – mojos. Annie é responsável por identificar os forasteiros como vampiros e apontar os meios para combatê-los. Em uma cena póstuma, Smoke se depara com Annie carregando seu filho nos braços, em uma espécie de subversão da figura da Madona.
Mas Annie também carrega outra camada consigo. Wunmi Mosaku, a atriz que a interpreta, não está dentro dos padrões da indústria. Ainda assim, é responsável por uma das cenas de amor mais intensas do filme. Apesar da distância e dos eventos traumáticos, o sentimento entre Annie e Stack continua latente. E a ardência do desejo é sentida dentro do quadro pela ardência de seus corpos, que é ilustrada pela fumaça das velas estrategicamente enquadradas para que tenhamos a impressão de que a fumaça se origina dos personagens.
Trazendo um contexto histórico para a religiosidade em Pecadores, temos o louvor Way in the Water, que também está ligado a Underground Railroad. O tema gospel fora utilizado por Harriet Thubman e outros abolicionistas para conduzir a fuga dos escravos pela água. Essa medida não permitiria que os cães farejadores perseguirem seus rastros. Sammie, já no final do terceiro arco, busca sua salvação indo em direção a água. Ao ser perseguido por Remmick, tenta afastá-lo invocando a oração do Pai Nosso, mas se surpreende ao perceber os versos sendo completados pelo vampiro.
A cena prossegue como uma subversão do batismo,onde Sammie é afundado na água pelas mãos deformadas de Remmick. O músico sacrifica seu violão – um dobro que acredita ter pertencido ao “pai do blues”, Charlie Patton – desferindo-o contra o vampiro. O impacto faz com que o cone de prata se fixa ao crânio do vampiro em um momento em que a esperança de salvação é devolvida ao músico. A conclusão dessa sequência reafirma o discurso de que a fé cristã, que não é originária de seu povo, não pode salvá-lo. Sua salvação reside apenas no blues. O Caminho da Água (Way in the Water) para Sammie é, na verdade, Muddy Waters – e a segunda cena pós crédito confirma que Sammie já havia feito sua escolha, ainda que inconscientemente.
Pecadores em nenhum momento camufla sua intenção de ser um filme de terror com vampiros. Coogler não repete a fórmula batida de centrar a narrativa nessas criaturas, mas utiliza das convenções para construir sua mensagem antiracista. No início do texto, comentei a respeito da inversão da Lei Jim Crow quando as criaturas da noite é que tem o acesso barrado aos espaços. Para além, devemos lembrar que a branquitude, através da infecção com o vampirismo, é responsável por corromper os personagens negros. Broa de Milho, por exemplo, torna-se uma figura violenta e maliciosa – o oposto de sua personalidade original.
Na história de Coogler, O vampirismo funciona como uma metáfora para o etnocídio praticado pela branquitude. Quando vemos os negros dançando a música folk irlandesa ao invés de entoarem o blues ou qualquer outra de suas manifestações musicais, sentimos o aniquilamento de uma cultura sem necessariamente exterminar fisicamente seus membros. Com poucos segundos de tela, Coogler escancara sem precisar verbalizar o apagamento sistemático da identidade cultural, religiosa, linguística e simbólica de um povo.

É curiosa a escolha do diretor de trazer um vampiro de origem irlandesa. Os irlandeses foram um grupo marginalizado na Europa, principalmente pela relação histórica com a Coroa Britanica. A música Rocky Road to Dublin, entoada pela orda transformada, chegou a ser proibida por lei. Remmick diz oferecer a salvação daquele mundo que oprime os negros, inclusive revelando os planos da Klan. Apesar do discurso que se diz contrário à segregação, os planos do messias sombrio visam uma assimilação disfarçada de integração. Novamente Coogler subverte a lógica da catequese. Não à toa, sua Mary é uma amalgama de Maria Madalena e Eva.
Por fim, o diretor e roteirista nos oferece uma cena pós crédito que, apesar de expositiva, é também poética. Coogler transporta sua narrativa 60 anos à frente, para um Sammie já idoso vivido pelo último titã do blues vivo, Buddy Guy. Sammie recebe a visita dos vampiros Stack e Mary. Nesse futuro, o amor interracial não é mais ilegal, apesar de sabermos não ser unânime. Stack pede para ouvir o dobro ser tocado novamente – que a essa altura, já havia cedido lugar para a guitarra elétrica. Os velhos conhecidos relembram a última vez que se viram. Sammie questiona se para Stack aquele também foi o melhor dia de sua vida. E Stack confirma, justificando que foi a última vez que esteve com o irmão; que viu o sol; que se sentiu livre. A última frase é dita em off sobre cenas da juke joint. Deixo para o leitor concluir a reflexão com a esperança de que tenha a mesma leitura que tive.
A ÚLTIMA FRASE DA GAITA
Eu finalizo esse texto revisando minhas anotações e refletindo o filme por mais de dois dias. Não é à toa que é uma das minhas críticas mais extensas. Pecadores, até então, é o filme do ano e que pretendo um dia ter na minha coleção. Acho que nem mesmo A Encruzilhada conseguiu ser um tributo tão respeitoso para com o blues – até porque, o filme de Walter Hill é protagonizado por Ralph Macchio, um ator branco, cujo personagem ganha uma disputa não inspirado em um solo de B. B. King, mas em uma peça de Paganin. No mais, ele discute a questão racial em diversas camadas. Apesar de suas sutilezas, o filme não tem medo em ser combativo. E o faz sem abrir espaço para qualquer fetichização da barbárie. Claro que existe violência física! Pecadores é um filme de vampiro e um excelente representante do gênero! O diretor foi cirúrgico em se apropriar de um personagem literário e cultural para passar sua mensagem – parece que o jogo virou, não é mesmo? (risos)
Entendo que, além de uma necessidade narrativa, sua escolha em contar sua história de maneira linear é também um artifício para romper com o sistema que ora torna a vivência preta a uma inércia claustrofóbica, ora produz uma experiência cíclica de retorno a um inevitável estado de submissão. A opção por construir a narrativa nesse molde confere um sopro de esperança ao povo preto ainda que renuncie ao tempo cíclico que, junto da oralidade, são elementos comuns das crenças de matriz africana que inspiram a animação que abre o filme. Chegará o tempo em que se sentir livre não será apenas uma lembrança.
E, por falar em lembrança, minha segunda visita ao filme proporcionou um registro inusitado em minhas memórias de cinefilia. Aproveitei que o público pouco e desavisado havia deixado a sala de cinema com a chegada dos créditos finais para amplificar minha experiencia cinematográfica. Apenas com meu pai fazendo companhia, saquei a gaita do bolso e acompanhei Buddy Guy tocando guitarra agigantado pela tela. Nunca havia feito isso, mas achei oportuno. Agora posso contar que toquei com Buddy Guy, no delta do Rio de Janeiro.


JORNALISTA, PUBLICITÁRIO E CRÍTICO DE CINEMA. Cresceu no ambiente da videolocadora de bairro, onde teve seu primeiro emprego. Ávido colecionador de mídia física, reune mais de 3 mil títulos na sua coleção. Já participou de produções audiovisuais independentes, na captura de som e na produção de trilha musical. Hoje, escreve críticas de filmes pro site do Cinema com Crítica e é responsável pela editoração das apostilas do Clube do Crítico. Em 2025, criou seu perfil, Cria de Locadora, para comentar cinema em diversos formatos.