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Crítica | Percy Jackson – O Ladrão de Raios

Primeiro exemplar da série de livros de Rick Riordan, Ladrão de Raios chega aos cinemas na expectativa de se tornar uma franquia de sucesso. Subproduto de Harry Potter, substituindo a feitiçaria por mitologia, este tem a vantagem de explorar os mitos gregos em aventuras fantásticas no mundo real e introduzindo, mesmo com licenças dramáticas, um pouco mais de uma cultura esquecida à nova geração de adolescentes. Percy Jackson (o bom Logan Lerman) é um jovem com dislexia e hiperativo que descobre ser filho do deus dos mares Poseidon. Ao ser acusado de roubar o raio de Zeus, ele parte numa busca para resgatar sua mãe sequestrada por Hades e descobrir o real responsável pelo roubo antes que uma guerra entre os deuses tenha inicio.Com um tom sombrio – recorrente em produções infanto-adolescentes tornando a história mais palatar para adultos – o filme mantém-se em constante urgência, mesmo que não consiga responder a uma pergunta boba: Por que Zeus acredita ser Percy Jackson o ladrão de raios se o garoto sequer sabia da sua natureza de semideus?.Dirigido por Chris Columbus (dos primeiros filmes do bruxinho), Ladrão de Raios alterna bons momentos com outros embaraçosos em sua tentativa de equilibrar mitologia e adolescência para agradar gregos e troianos. Se gosto do momento em que Percy afirma categoricamente “Eu não sou um mutante”, acho desnecessário que, ao lutar com a Medusa (Uma Thurman), Percy veja o reflexo da górgona em uma tela de iPod. A libertação de Annabeth das mãos de uma mulher petrificada ou quando Atena fala com a filha sem a permissão de Zeus também evidenciam o desleixo de seu diretor.Já a tensa luta com a Hidra é diminuída pelo infantil e mal realizado sequência em um cassino. E se o visual do mundo dos mortos merece aplausos, é triste constatar que os momentos ali quase funcionam como um anti-clímax.Destacando-se no jovem elenco, Logan Lerman – um jovem Zac Efron? – é competente e conduz bem o projeto. Por sua vez, Brandon T. Jackson (Groven, o sátir) funciona como alívio cômico e Alexandra Daddario (Annabeth), compensa a má atuação com sua beleza – logo no momento em que se apresenta como filha de Atenas ela já causa pavor.Rostos famosos complementam o elenco, como Pierce Brosnan (Chiron), Sean Bean (Zeus), Steve Coogan (Hades), Rosario Dawson (Perséfone), dentre outros.
Contudo, ao reconhecer que a mitologia grega não é mito e que os atos de seus heróis realmente ocorreram, porque nos reencontramos com seres como Minotauro, Medusa ou a Hidra que já haviam sido mortos por semideuses como Hércules, Teseu e Perseu? Ok, alguém vai dizer, que é porque eles são os monstros mais conhecidos, e é nesta hora que entraria o roteiro de Craig Titley para ao menos oferecer uma explicação aceitável ao público.

Com potencial para se estabelecer como uma boa franquia, Ladrão de Raios se beneficiaria da mudança do diretor por outro mais competente – assim como aconteceu com a franquia do bruxo Harry Potter – para alçar vôos mais altos sem precisar de sapatos com asas.

Avaliação: 3 estrelas em 5.

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3 comentários em “Crítica | Percy Jackson – O Ladrão de Raios”

  1. Entre semelhanças e discrepancias com o bruxo Harry Poter,prefiro sem sombra de dúvida essa produção. E acho que os furos citados servem como atrativos para o perfil do público desse filme! No mais, bela crítica, parabéns.

  2. Sou uma grande fã da série Percy Jackson e por esse motivo não achei o filme digno. Se analisar apenas como um filme ele é bom, com efeitos e uma narrativa boa, mas ele peca quando o comparamos com o livros, tendo deixado de lado personagens significativos que aparecem nos livros. E quanto ao caso das criaturas mitologicas reaparecerem é explicado no livro. Acontece que os monstros , um tempo depois de serem mortos voltam a vida, como se o autor tentasse dar um jeito de manter a mitologia viva até hoje.

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