10) O Artista (The Artist): este filhote de Cantando de Chuva tem seu apelo na boa atuação de Jean Dujardin, na melancolia e nostalgia do desabrochar do cinema e em um pesadelo divertidamente sonoro.
9) Heleno: a melhor atuação de Rodrigo Santoro até hoje vem nesta biografia do craque Heleno de Freitas que, não por acaso, recorre ao preto e branco para reviver a paixão do jogador pelo alvinegro carioca.
8) Drive: Ryan Gosling abraça a natureza introspectiva e violenta do motorista sem nome em um filme de ação de arte, beirando o poético, dirigido com maestria por Nicholas Widing Refn.
7) Um Alguém Apaixonado (Like Someone in Love): Kiarostami recria a sensação de assistir a um filme de Ozu neste trabalho sobre a importância do contato humano, com o toque de gênio do cineasta escondendo as respostas fora do alcance do público.
6) O Espião que Sabia Demais (Tinker Tailor Soldier Spy): discreto e inteligente, este filme de espionagem durante a guerra fria conquista por seu roteiro bem amarrado, uma atuação inesquecível de Gary Oldman e um final antológico ao som de La Mer.
5) A Música segundo Tom Jobim: a linguagem musical basta, afirmaria o maestro Jobim. Abraçando sem ressalvas esse brocado, esta biografia inconvencional também é imersiva e apaixonante, mesmo para quem não gosta de bossa nova.
4) Polissia (Polisse): próximo a uma linguagem documental e sem uma história central fechada, esta narrativa apresenta a vida pessoal de uma dezena de policiais da brigada de crimes contra menores e os muitos casos que investigam. Mas em vez de parecer dispersa ou incompleta, o retrato é generoso, cativante e intenso.
3) Raul – O Início, o Fim e o Meio: documentário à altura do biografado, o trabalho de Walter Carvalho é esclarecedor, divertido (quem esquecerá da mosca no ombro de Paulo Coelho?) e conta com um gênio maluco beleza vibrante.
2) A Separação (Jodaeiye Nader az Simin): o que seria somente um caso familiar a ser resolvido entre quatro paredes, promove ramificações devastadoras na obra-prima vencedora do Oscar.
1) No: excelente dramatização da campanha publicitária que votou Não à permanência do general Pinochet no governo chileno, é ainda um irrepreensível esforço técnico, com fotografia e montagem soberbas que recriam a exata sensação de vivenciar os 27 dias prévios à eleição. Não esqueci da ótima atuação de Gael Garcia Bernal.
Outros grandes filmes que tive a sorte de assistir neste ano:
007 – Operação Skyfall
À Beira do Caminho
A Invenção de Hugo Cabret
A Perseguição
As Aventuras de Tintim
Argo
Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge
Bullying
Deus da Carnificina`
Dredd
Elefante Branco
Essential Killing
Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios
Fausto
Infância Clandestina
Intocáveis
Laurence Anyways
Marcados para Morrer
Millenium – Os Homens que não Amavam as Mulheres
Moonrise Kingdom
O Homem que Mudou o Jogo
O Impossível
O Monge
Os Vingadores
Paraísos Artificiais
ParaNorman
Precisamos falar sobre o Kevin
Shame
Ted
Xingu
P.S.: O melhor filme norte-americano do ano sequer chegou aos cinemas, mas não posso deixar de mencionar o excepcional O Abrigo.
Crítico de cinema filiado a Critics Choice Association, à Associação Brasileira de Críticos de Cinema, a Online Film Critics Society e a Fipresci. Atuou no júri da 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo/SP, do 12º Fest Aruana em João Pessoa/PB, do 24º Tallinn Black Nights Film na Estônia, do 47º TIFF – Festival Internacional de Cinema em Toronto. Ministrante do Laboratório de Crítica Cinematográfica na 1ª Mostra Internacional de Cinema em São Luís (MA) e Professor Convidado do Curso Técnico em Cinema do Instituto Estadual do Maranhão (IEMA), na disciplina Crítica Cinematográfica. Concluiu o curso de Filmmaking da New York Film Academy, no Rio de Janeiro (RJ) em 2013. Participou como co-autor dos livros 100 melhores filmes brasileiros (Letramento, 2016), Documentário brasileiro: 100 filmes essenciais (Letramento, 2017) e Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais (Letramento, 2018). Criou o Cinema com Crítica em fevereiro de 2010 e o Clube do Crítico em junho de 2020.
6 comentários em “Lista | Os 10 melhores filmes de 2012”
Gostei da lista Márcio, eu só elevaria alguns da secundária para a principal e rebaixaria outros! ("O Artista" apareceu nas duas listas)
Obrigado Bruno.
Fiquei indeciso na última posição entre ele e Moonrise Kingdom, e acabei esquecendo este nas menções honrosas e incluído O Artista duas vezes. Mas está corrigido já.
Cacete, Marcio, eu não consegui conferir "Um Alguém Apaixonado" a tempo de fechar a minha lista, daí tu me vem e cita Kiarostami emulando Ozu? Você quebra as minhas pernas e credibilidade, cara! =B
Na verdade, antes de publicar meu ranking, sublinhei que não consegui ver este filme e tal, e da sua lista é a minha única lacuna.
Excelente trabalho, meu caro!
Fizemos 5/5. Com poucos eu fiz igual ou mais que isso. Parabéns pelo seu bom gosto! =P
"No" chega nos 45 do segundo tempo e já marca esse golaço. É um grande filme mesmo e merece o ouro =)
Feliz 2013 pra nós!
Abs.
Bela surpresa o No na lista, gosto do filme, mas não tanto assim. Bom ver também Polissia e Um Alguém Apaixonado aí. O que não me desce é Heleno e Raul. Fora isso, uma relação muito boa.
Boa lista. Ainda não vi Raul. Nos filmes extras colocaria PI, mas sou suspeita apaixonada pela poesia visual de Ang Lee e tiraria Millenium – Os Homens que Amavam as Mulheres, que apesar de ser um ótimo filme, não foi além da excelente versão original sueca com destaque para a maravilhosa Noomi Rapace. (um fato engraçado é a tradução para o inglês, não só nós brazucas sofremos com isso). E , realmente, O Abrigo é um filme simplesmente perturbador e impressionante por isso. Boa observação.
Leio sempre suas críticas há anos. Dos filmes que quero muito ver, leio depois de assistir e comparo com minhas observações. E dos filmes que tenho dúvida, leio antes, e agradeço por ter me livrado de gastar dinheiro com muitas bombas cinematográficas, conferidas depois em casa!
Parabéns!
Obrigado Taty. Embora continue lendo meus recados por aqui, atualmente estou escrevendo no Em Cartaz (http://www.blogsoestado.com/emcartaz). O conteúdo triplicou, espero que goste 🙂