Dos 125 lançamentos dos grandes estúdios de Hollywood, apenas 19 foram dirigidos por mulheres (15%). Estas produções representam cerca de U$ 1,7 bilhão de bilheteria. Alguns destes, inclusive, estão aparecendo em muitas listas indicativas de prêmios: Adoráveis Mulheres, de Greta Gerwig, A Despedida, de Lulu Wang, Retrato de uma Jovem em Chamas, de Celine Sciamma, Fora de Série, de Olivia Wilde, Um Lindo Dia na Vizinhança, de Marielle Heller, ou As Golpistas, de Lorene Scafaria. É um sinal de que as políticas de diversidade e representatividade estão funcionando – basta comparar com os números do ano passado -, embora ainda estejam longe do ideal. Enquanto não chegamos lá, vale celebrar o trabalho das mulheres detrás das câmeras.
Meus critérios de seleção? Os filmes inéditos que assisti neste ano, lançados comercialmente no Brasil nos cinemas ou streamings, exibidos nos festivais de cinema de que participei e mesmo disponibilizados nos screeners (filmes promocionais enviados dos Estados Unidos para fins de premiação). Vamos conhecer os melhores?
- Retrato de Uma Jovem em Chamas, de Celine Sciamma
- For Sama, de Waad Al-Kateab e Edward Watts
- Fora de Série, de Olivia Wilde
- Inocência Roubada, de Andréa Bescond e Éric Métayer
- System Crasher, de Nora Fingscheidt
- Honeyland, de Tamara Kotevska, Ljubomir Stefanov
- High Life, de Claire Denis
- Deus é Mulher e seu Nome é Petúnia, de Teona Strugar Mitevska
- Roll Red Roll, de Nancy Schwartzman
- Papicha, de Mounia Meddour Gens
Merecem também menção honrosa: Homecoming (de Beyoncé Knowles), Mormaço (de Marina Meliane), Democracia em Vertigem (de Petra Costa), American Factory (de Julia Reichert), A Rainha de Copas (de May el-Toukhy), Loja de Unicórnios (de Brie Larson) e As Filhas do Sol (de Eva Husson).
Crítico de cinema filiado a Critics Choice Association, à Associação Brasileira de Críticos de Cinema, a Online Film Critics Society e a Fipresci. Atuou no júri da 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo/SP, do 12º Fest Aruana em João Pessoa/PB, do 24º Tallinn Black Nights Film na Estônia, do 47º TIFF – Festival Internacional de Cinema em Toronto. Ministrante do Laboratório de Crítica Cinematográfica na 1ª Mostra Internacional de Cinema em São Luís (MA) e Professor Convidado do Curso Técnico em Cinema do Instituto Estadual do Maranhão (IEMA), na disciplina Crítica Cinematográfica. Concluiu o curso de Filmmaking da New York Film Academy, no Rio de Janeiro (RJ) em 2013. Participou como co-autor dos livros 100 melhores filmes brasileiros (Letramento, 2016), Documentário brasileiro: 100 filmes essenciais (Letramento, 2017) e Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais (Letramento, 2018). Criou o Cinema com Crítica em fevereiro de 2010 e o Clube do Crítico em junho de 2020.