Aumentando seu amor pelo cinema a cada crítica

Apostas ao Oscar 2020

Entra ano, sai ano, cá estou eu, sempre tentando adivinhar a cabeça dos mais de 8.000 votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Acertar muitas das 24 categorias não exige um Q. I. muito alto – somente o olhar apurado para o que houve ao longo da temporada de premiações -, porém surpresas sempre são esperadas, e deixei a minha para a categoria principal. And the Oscar goes to…

Melhor filme: Parasita. Eu sei, não basta ser falado em língua estrangeira, está enfrentando aquele que venceu o Sindicato dos Produtores (PGA) e o Bafta, o favorito 1917. Porém, em função do estilo de votação da categoria ser o voto preferencial ao invés do voto tradicional, sinto que aqui estará a surpresa da noite. (Se eu fosse o votante… Parasita).

Melhor diretor. Sam Mendes, 1917. Ao longo de 71 edições, apenas 7 vezes o vencedor do Sindicato dos Produtores (DGA) não levou o Oscar, então. (Se eu fosse o votante… Martin Scorsese, O Irlandês).

Melhor ator: Joaquin Phoenix, Coringa. Venceu todos os prêmios anteriores: Sindicato dos Atores (SAG), Critics’ Choice, Bafta. (Se eu fosse o votante… Joaquin Phoenix).

Melhor atriz: Renée Zellwegger, Judy – Muito Além das Estrelas. O raciocínio acima aplica-se a esta categoria, com a diferença de que a atriz também venceu o Spirit Awards ontem. (Se eu fosse o votante… Charlize Theron, O Escândalo).

Melhor ator coadjuvante: Brad Pitt, Era uma vez em… Hollywood. A mesma lógica: venceu tudo e é quem está fazendo os discursos mais divertidos das premiações. (Se eu fosse o votante… Joe Pesci, O Irlandês).

Melhor atriz coadjuvante: Laura Dern, História de um Casamento. Já está chato, mas é a mesma explicação acima. (Se eu fosse o votante… Scarlett Johansson, Jojo Rabbit).

Melhor roteiro original: Parasita, o vencedor do Sindicato dos Roteiristas (WGA) e o Bafta. Porém, tenho ressalvas: por não ser sindicalizado, Quentin Tarantino não disputou o WGA e não podemos ignorar que o autor ganhou prêmios significativos na temporada de premiações por Era uma Vez em… Hollywood, portanto, temos um páreo entre estes dois filmes. (Se eu fosse o votante… Parasita).

Melhor roteiro adaptado: Jojo Rabbit, que também venceu o Sindicato dos Roteiristas (WGA) e o Bafta. Cabe, entretanto, lembrar que Greta Gerwig foi a vencedora do USC Scripter , que premia somente obras adaptadas. A favor de Adoráveis Mulheres está a esnobada de Greta na categoria de direção, o que pode servir para atrair a simpatia de parte da Academia. (Se eu fosse o votante… O Irlandês).

Melhor fotografia: 1917. Uma das categorias mais fáceis do ano premiará o melhor diretor de fotografia em atividade, Roger Deakins, com seu segundo Oscar por uma razão: (pseudo)plano-sequência. (Se eu fosse o votante… O Farol).

Melhor montagem: Parasita. Por ter vencido o Sindicato dos Montadores (ACE) é quem tem a dianteira de um prêmio que, antes do voto preferencial, estava atrelado ao de Melhor Filme. Quem pode tirar este da Coreia do Sul é Ford vs. Ferrari que venceu o Bafta e algumas associações de críticas. O páreo está entre eles. (Se eu fosse o votante… O Irlandês).

Melhor design de produção: Era uma Vez em… Hollywood. Barbara Ling reconstruiu três quarteirões de Los Angeles para recapturar o espírito da cidade em 1969. Se isto não for o suficiente para vencer o prêmio, o filme também levou o Sindicato dos Diretores de Arte (ADG). (Se eu fosse o votante… Era uma Vez em… Hollywood).

Melhores figurinos: Adoráveis Mulheres. Esta categoria complicou de repente depois de Jojo Rabbit (Oi?) vencer o Sindicato de Figurinistas (CDG), embora acredite que a Academia corrigirá isto. (Se eu fosse o votante… Adoráveis Mulheres).

Melhores maquiagem e penteados: O Escândalo. Pesquisem no Google Charlize Theron e Megyn Kelly. (Se eu fosse o votante… O Escândalo).

Melhor trilha sonora: Coringa. É bom ir se habituando a pronunciar o nome de Hildur Guðnadóttir, que é quem receberá o prêmio nesta noite. (Se eu fosse o votante… História de um Casamento).

Melhor canção original: Rocketman. Sem um Let it Go! ou Shallow, o jeito é chutar. Se Cynthia Erivo vencer por Stand Up, a atriz, cantora e compositora acumulará o invejado EGOT (Emmy, Grammy, Oscar e Tony). Mas será que a Academia deixaria passar a chance de trazer Elton John ao palco e celebrar o esnobado Rocketman com (I’m gonna) Love me again? (Se eu fosse o votante… Rocketman).

Melhores efeitos visuais: 1917. Pensei bastante a respeito e, por mais que possa dar com os burros n’água e ver O Rei Leão levar merecidamente, eu acho que os membros da Academia votarão mesmo no favorito da noite. (Se eu fosse o votante… O Irlandês).

Melhor edição de som: 1917. Por razões parecidas com as citadas acima, a Academia deverá premiar este em vez de Ford vs. Ferrari, que venceu o Sindicato dos Editores de Som (MPEG). (Se eu fosse o votante… Ford vs. Ferrari).

Melhor mixagem de som: 1917. Filmes de guerra tendem a ser favoritos nesta categoria e, se existisse um para vencê-los, seria aquele passado nas pistas de autovelocidade, Ford vs. Ferrari, que também levou o Sindicato da categoria (CAS). (Se eu fosse o votante… Ford vs. Ferrari).

Melhor animação: Klaus. A maré mudou, digamos assim, após a animação da Netflix vencer o Annie Awards (o Oscar da animação) e o Bafta. Parecia que Toy Story 4 seria o favorito, mas talvez os membros votantes estejam cansados de brinquedos falantes. (Se eu fosse o votante… Perdi meu Corpo).

Melhor filme internacional: Parasita. Ué, está indicado a melhor filme. (Se eu fosse o votante… Parasita).

Melhor documentário: American Factory. É o norte-americano solitário a disputar o Oscar com sírios, brasileiro e macedônios. É também produzido pelos Obama. Meu coração, claro, está com Democracia em Vertigem, porém se houvesse um azarão, este seria For Sama. (Se eu fosse o votante… For Sama).

Melhor curta-metragem: The Neighbor’s Window.

Melhor curta-documentário: Learning to Skateboard in a Warzone (If you’re a Girl).

Melhor curta-animado: Hair Love.

Comenta em quem você votaria para estas categorias e não esquece de sintonizar a partir das 22 horas no @cinemacomcritica do Instagram para conferir a cobertura ao-vivo da cerimônia.

Compartilhe

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você também pode gostar de:

Críticas
Marcio Sallem

Parthenope

Mesmo em trabalhos irregulares, como este Parthenope, o

Rolar para cima