Aumentando seu amor pelo cinema a cada crítica

Bate papo com Louiz Carlos da Silva – Presidente do Instituto Zeca Pagodinho

Homenageado no 2º Festival de Cinema de Xerém, Louiz Carlos conta sobre sua relação com o cinema, a música e a influência de seu pai.

Louiz Carlos recebe o troféu Zeca Pagodinho por sua contribuição à cultura na baixada fluminense. (imagem: Alvaro Goulart)

A noite de abertura do 2º Festival de Cinema de Xerém brilhou para Louiz Carlos da Silva, o Louizinho. Reconhecendo seus esforços para movimentar a cultura, o Festival homenageia o Presidente do Instituto Zeca Pagodinho. O filho do cantor se emocionou ao receber em mãos o troféu que é a figura de seu pai, o patrono do evento. Após a premiação, o homenageado conversou rapidamente com o Cinema com Crítica.

A.G.: Louiz Carlos, eu imagino o seu pai colocando um pandeiro na sua mão, mas não uma câmera. De onde veio essa paixão do cinema? Queria que você contasse um pouquinho mais para a gente.

L.C.: Na verdade, assim, não foi um pandeiro, foi um piano. Mas meu pai sempre incentivou a gente a trabalhar com a música. Conhecer a música, estudar a música. E ele dizia pra mim que eu ia trabalhar com música. Ele falou assim: “você vai trabalhar com a música”. Mas eu não toco nenhum instrumento. Então eu fui trabalhar com a música do lado da produção cultural, né? E aí o cinema é uma paixão, algo que eu já gosto desde cedo, por pessoas como o Antônio Pitanga. E a gente tinha um sonho, uma vontade muito grande de fazer; trazer os cursos de audiovisual para o Instituto. E, a partir daí que nós trouxemos o curso, fizemos a primeira edição; a segunda edição; produzimos dez curtas; produzimos a mostra de cinema; depois o festival. E hoje está aqui na segunda edição. É assim, essa trilha que a gente percorreu. Já tinha uma vontade muito grande de trabalhar com cinema.

A.G.: Mas conta pra mim, qual foi o momento que despertou dessa outra arte? O que despertou essa curiosidade, essa vontade de fazer isso acontecer por aqui? Qual foi o filme que você viu, o que que mais chamou atenção? Conta essa relação bem pessoal, dessa relação com o cinema. Onde ela surgiu?

L.C.: Ah, na verdade, cara, assim, não tem… não teve um ponto que virou a chave. Mas a gente sempre curtiu muito o cinema brasileiro em casa, né. Com as produções, primeiro lá dos Trapalhões. A gente era assíduo. Tudo que saía a gente consumia e tal, e a gente sempre gostou muito do cinema brasileiro. Então eu tinha essa vontade de trazer pra cá, pra Xerém, um lugar que a gente não via tanta coisa assim, tanta produção de cinema. Trazer essa oportunidade pras pessoas daqui. E aí nós formamos 60 alunos, né, cara? Foi interessantíssimo, foi bacana pra caramba. Conheci a história de Xerém, né? Uma parte da história de Xerém eu conhecia através desse curso, que foi com o filme Fenemê*, que conta um pouco da história da vila. E acho que era isso que eu queria, cara, trazer um pouco do cinema pra cá e ver Xerém na tela também. Acho que era bacana.

A.G.: E do ano passado, onde teve a primeira edição do festival pra cá, quais são os novos desafios?

L.C.: Ah, cara, a gente manter essa roda rodando, entendeu? É complicado. É difícil, né? Porque você precisa buscar apoio para a cultura o tempo todo. E chega uma hora que as pessoas também têm que fazer suas próprias produções. E aí elas começam a ver as dificuldades, e a gente tenta dar um apoio aqui e ali. Mas a cultura é uma luta. Estar na cultura, estar fazendo projetos, é estar lutando.

A.G.: Eu conheci o projeto da EBAV no festival. Eu vi os filmes que foram realizados pelos alunos e eu gostei de vários. Então, só por aí, eu já acho que já é o maior sucesso. O projeto de vocês, pra mim, já é dez.

L.C.: Que legal, que bacana. Obrigado. Muito obrigado.

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