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Crítica | Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo

Homem honesto é culpado de um crime que não cometeu e deve fugir para provar sua inocência. Homem e mulher não se aguentam um do lado do outro, mas com o passar do tempo eles vão se conhecendo e começam a se apaixonar. Homem é escolhido para devolver um artefato mágico, caso contrário a humanidade será destruída. Princípe da Pérsia: As Areias do Tempo é um pouco de cada, um exemplar em originalidade, que salvo a sua origem no popular jogo, poderia ter sido escrito e produzido de forma automática usando um programa de computador.

Mas não se desiludam: mesmo recheado de elementos que poderiam ser enxergados em uma tempestade de areia, a nova produção de Jerry Bruckheimer tem seu charme na aventura descompromissada e até infantil com que o príncipe do título se envolve. Adotado das ruas por um bondoso rei que acredita que a união entre irmãos é a chave de um reino forte, Dastan (Jake Gyllenhaal) é um jovem honrado e honesto que confunde ímpeto com coragem. Até certo dia, após uma invasão a uma cidade sagrada, ele recuperar a adaga mágica que tem o poder de retroceder o tempo a quem a detém.

Justificando a invasão de uma cidade pacífica na suposta descoberta de uma forja de armas – um paralelo nada sutil com o contexto da invasão Americana no Iraque -, o roteiro de Boaz Yakin, Doug Miro e Carlo Bernard se mostra deselegante na concepção de seus personagens. Nazim (Ben Kingsley), tio do herói, aparentemente um homem bom mas dono de conselhos maldosos. Garsiv (Toby Kebbell) pintado como o antagonista do herói em seu ímpeto de destruição, e o cinema ensinou que estes são as pessoas mais confiáveis em tela. O próprio conceito de viagem no tempo soa tão absurdo graças às palavras repetidas pelo o herói em determinado momento.

Dirigido por Mike Newell, a narrativa investe no parkour como elemento de ação, o que nos leva a sequência em que o herói pula de prédio em prédio, se equilibra sobre uma superfície irregular em movimento, enquanto é perseguido por alguém ou por sedentas flechas que nunca o acertam. O problema é que Newell parece ter feito um curso relâmpago com Michael Bay e a montagem confusa, repleta de cortes rápidos, diluem o impacto das batalhas. Além disto, a insistência do diretor em ângulos altos ou em ver o seu herói em contra-plongés nos saltos soa entediante e sem propósito narrativo. Por outro lado, no momento em que os assassinos entram em cena, o filme ganha uma força maior porque Dastan enfrenta adversários que proporcionam real senso de perigo.

Jake Gyleenhaal lembra um Nicolas Cage mais jovem com cabelo e tem charme para ser o nobre e bonzinho herói do longa. Ao mesmo tempo, a princesa Tamina (Gemma Arterton) tem volume suficiente para manter o interesse masculino (se ela não fecha a boca em nenhum momento, estaríamos diante de uma substituta para pseudo Megan Fox?). Ben Kingsley vive com energia o vilão do longa e Alfred Molina diverte como Sheik Amar, produtor de corridas de avestruz. São deles as melhores cenas de humor no longa e seu desaparecimento súbito comprova o descaso do roteiro.

Buscando se estabelecer como uma nova franquia no cinema, O Principe da Persia é um produto regular lançado anualmente nos verões americanos. Recheado de efeitos especiais, um design de produção correto e um herói admirável, a narrativa não chega nem perto de um roteiro incisivo e bem-desenvolvido. Mais um subproduto da indústria que diverte durante 2 horas para ser rapidamente esquecido depois que as luzes se acendem.

Avaliação: 3/5.

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2 comentários em “Crítica | Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo”

  1. Esse filme parece mais uma repeticao de todos esses filmes antigos que falam de principes, reis ,rainhas. Guerras territorias . Morte, sangue, vitoria, traicao e tudo que tem ai. Mas vale a pena ver pelos artistas bonitos kkkkkkkk!!

  2. Ivania Victor de Jesus

    Bons tempos, tempos em que filmes entretian. Roteiro regular, se comparado com os dias atuais, é uma obra prima.

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