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Uncharted: Fora do Mapa

Uncharted: Fora do Mapa

Por Alvaro Goulart

Na corrida por tesouros, não há medalha de prata”, disse Indiana Jones.

A busca por um tesouro perdido é algo que sempre despertou interesse nos amantes de uma boa aventura. De Alan Quatermain a Indiana Jones, de Bulma à Lara Croft, diversos caçadores de tesouro guiaram aventureiros e aventureiras ao longo de gerações. A geração atual garantiu seu representante: Nathan Drake, da série de videogames Uncharted.

Em Uncharted: Fora do Mapa, o jovem Nathan Drake (Tom Holland) é recrutado por Victor “Sully” Sullivan (Mark Wahlberg) para roubar a chave para o “maior tesouro nunca encontrado”. Enquanto escapam de capangas e tentam sobreviver aos imprevistos, eles rastreiam pistas que também podem levar ao paradeiro do irmão há muito perdido de Nathan.

Não precisa estar muito familiarizado com o jogo para se deixar capturar pela história – eu mesmo nunca joguei, mas confesso que pretendo mudar isso muito em breve. Desvendar mistérios com elementos históricos é sempre fascinante. A cada pista encontrada, tentamos junto aos heróis decifrar os enigmas e concluir esse grande quebra-cabeça. Também ficamos apreensivos quando eles são expostos a armadilhas, se penduram em alturas ou ficam muito tempo debaixo d’água. São muitas as sequências que nos tiram o fôlego.

Créditos: Divulgação

O ritmo do filme é bastante acelerado. Os poucos momentos de respiro são para mergulharmos um pouco no pano de fundo histórico dessa caçada. Entretanto, essa descarga de adrenalina nos deixa com pouco tempo para conhecer com mais profundidade os personagens-chave. O carisma de Tom com certeza é responsável por garantir nossa conexão com Nathan. Apesar de uma perspicácia necessária para se infiltrar em ambientes e fazer seus pequenos golpes, o Nathan de Holland carrega uma boa dose de ingenuidade que não nos deixa desvinculá-lo totalmente do passado “teiúdo” do ator. Holland também traz suas habilidades para realizar as sequências de ação garantindo os elementos de Parkour que os fãs esperam de uma adaptação de Uncharted.

Seu parceiro na aventura já não se arrisca tanto na modalidade de saltos ornamentais ou corridas em longas distâncias. O Sully do cinema imprime sua força mais na hora da briga. Se o passado de Nathan nos é entregue de forma resumida, o de Sully praticamente não é comentado. Sabe-se apenas que teve baixa desonrosa da marinha e um histórico não confiável com as personagens femininas do filme. Wahlberg faz o típico trapaceiro de moral questionável, mas de bom coração, e até rende alguns trechos engraçados junto a Holland – em especial num momento canastrão de “paternidade” envolvendo uma gravata.

Créditos: Divulgação

O antagonismo do filme tem sua origem na cidade da Sagrada Família, em uma família cuja história percorre um caminho de pecados. Antônio Bandeiras faz o herdeiro que não mede esforços pra reconquistar o tesouro de seus antepassados. Para isso tem ao seu lado Braddock (Tatti Gabrielle), uma femme fatale tão mortífera quanto astuta. Gabrielle imprime uma ferocidade única à vilã, fazendo dela uma adversária difícil para dupla. Chloe Frazier (Sophia Taylor Ali) é uma personagem que me pareceu negligenciada pelo roteiro. Apesar de ser uma aliada de grande valor no segundo ato, acaba sendo deixada de lado em momentos importantes da aventura.

A procura pelo ouro é um passatempo ágil que prende a atenção do espectador com seu maior trunfo: as cenas de ação. Por outro lado, senti que o aspecto investigativo acabou sendo ofuscado. As soluções surgiam em insights precipitados demais para que pudéssemos entender do que se tratava a charada. O pensamento foi escanteado em prol do movimento. Mais do que uma busca, o enredo se apresentou como uma corrida; e com alguns buracos deixados pelo caminho. Apesar disso, a direção traçou uma rota eficaz para o entretenimento familiar. Uncharted: Fora do Mapa tem as coordenadas certas para uma sessão de diversão!

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