Tendo chegado ao final mais uma edição da Mostra Internacional de Cinema, é hora de recordar, dentre os 60 filmes que assisti, quais os que mais me marcaram em ordem alfabética. Foram eles:
Amazing Grace
O documentário revisita o álbum Amazing Grace, de Aretha Franklin. Em 1972, a cantora gravou com o coral Southern California Community na igreja New Temple Missionary Baptist Church, em Los Angeles. Foi um retorno às raízes, pois Aretha iniciou a carreira com a música gospel. Gravado em dois dias e ao vivo, Amazing Grace se tornou o disco gospel mais bem-sucedido de todos os tempos.
O material que deu origem ao documentário foi filmado em 13 e 14 de janeiro de 1972, com uma equipe de filmagem, engenheiros de som e cinco câmeras de 16 mm, todas dirigidas por Sydney Pollack.
Até Logo, Meu Filho
O filme acompanha a vida de duas famílias ao longo de 30 anos de mudanças políticas e sociais na China. Após a morte trágica de uma criança em um acidente, os caminhos dos personagens se separam —os destinos divergem e fluem, transformados pelo impacto das mudanças no país. Apesar das diferenças entre as famílias, há uma busca comum pela verdade e pela reconciliação.
Dente de Leite
Milla, uma adolescente que está muito doente, apaixona-se por Moses, um pequeno traficante de drogas —para o desespero dos pais da menina. A jovem começa a ter uma nova vontade de viver, mas, aos poucos, vai deixando de lado os valores tradicionais e a moralidade. Ela começa a mostrar a todos ao seu redor —os pais, Moses, uma vizinha que está grávida— como é viver sem ter nada a perder. O novo comportamento de Milla poderia ser um desastre para a família, no entanto, em vez disso, ela ensina como ver graça no caos da vida.
No início do século 20, Thomas Wake trabalha como guardião de um farol. Ele contrata o jovem Ephraim como seu ajudante, mas o rapaz fica curioso em relação a segredos e a lugares privados no local —o que provoca estranhos fenômenos ao redor dos dois.
Vencedor do Prêmio da Crítica da Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes.
Honeyland
Em uma vila isolada na Macedônia do Norte, Hatidze, uma mulher de 50 e poucos anos, cuida de uma colônia de abelhas. Um dia, uma família itinerante se instala ao lado, e o reino pacífico de Hatidze dá lugar a motores barulhentos, sete crianças e 150 vacas. No entanto, ela se anima com a vizinhança e passa a dividir seus conselhos sobre apicultura, sua afeição e seu conhaque especial. Porém, Hussein, o patriarca dessa família, toma uma série de decisões que podem destruir o modo de vida de Hatidze para sempre.
Vencedor do Grande Prêmio do Júri da seção World Cinema de documentários no Festival de Sundance.
Nedjema é uma jovem estudante de moda que vive na Argélia dos anos 1990, momento em que o país está tomado pela guerra civil. Ela se recusa a deixar que o conflito a impeça de sair com as amigas e de levar uma vida normal. Porém, quando os radicais ganham força e começam a aplicar diversos tipos de censura, Nedjema decide lutar por liberdade e independência ao planejar um desfile.
O Paraíso Deve Ser Aqui
O diretor Elia Suleiman estrela seu próprio filme, uma saga cômica que investiga os significados do exílio e da busca por um lar. Palestino, Suleiman deixa seu país, à procura de uma nova vida. Mas aonde quer que ele vá, de Paris a Nova York, a Palestina parece segui-lo, pois algo sempre o faz lembrar de casa.
Menção Especial no Festival de Cannes.
A família de Ki-taek é bastante unida, mas precisa conviver com o desemprego e com um futuro sombrio no horizonte. Seu filho Ki-woo é recomendado por um amigo, estudante de uma universidade de prestígio, para um trabalho bem remunerado como tutor, o que gera a esperança de uma renda regular. Carregando as expectativas de todos os familiares, Ki-woo vai à casa dos Park para uma entrevista. Na residência do sr. Park, dono de uma empresa global de TI, ele conhece Yeon-kyo, a linda e jovem sra. Park. Esse primeiro encontro entre as duas famílias dá início a uma sequência incontrolável de problemas.
Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
System Crasher
Benni é uma menina de nove anos revoltada, agressiva e imprevisível. A garota foi expulsa de todas as escolas onde estudou e não vive com a mãe, que tem medo dela. O serviço social contrata Micha, uma especialista em controle de raiva, para acompanhar Benni na escola.
Vencedor do Prêmio Alfred Bauer no Festival de Berlim.
Rio de Janeiro, 1950. Eurídice, de 18 anos, e Guida, de 20, são duas irmãs inseparáveis que cresceram em uma família conservadora. Cada uma nutre um sonho: Eurídice quer se tornar uma renomada pianista, enquanto Guida deseja encontrar o amor verdadeiro. Em uma virada dramática, elas são separadas pelo pai e forçadas a viver distantes. As irmãs, então, assumem o controle de seus destinos, sem nunca perderem a esperança de se encontrar novamente.
Vencedor da seção Um Certo Olhar no Festival de Cannes.
Crítico de cinema filiado a Critics Choice Association, à Associação Brasileira de Críticos de Cinema, a Online Film Critics Society e a Fipresci. Atuou no júri da 39ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo/SP, do 12º Fest Aruana em João Pessoa/PB, do 24º Tallinn Black Nights Film na Estônia, do 47º TIFF – Festival Internacional de Cinema em Toronto. Ministrante do Laboratório de Crítica Cinematográfica na 1ª Mostra Internacional de Cinema em São Luís (MA) e Professor Convidado do Curso Técnico em Cinema do Instituto Estadual do Maranhão (IEMA), na disciplina Crítica Cinematográfica. Concluiu o curso de Filmmaking da New York Film Academy, no Rio de Janeiro (RJ) em 2013. Participou como co-autor dos livros 100 melhores filmes brasileiros (Letramento, 2016), Documentário brasileiro: 100 filmes essenciais (Letramento, 2017) e Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais (Letramento, 2018). Criou o Cinema com Crítica em fevereiro de 2010 e o Clube do Crítico em junho de 2020.